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GESEL na mídia: subsídios são câncer nas tarifas do setor elétrico

GESEL na mídia: subsídios são câncer nas tarifas do setor elétrico

Para o professor Nivalde de Castro, coordenador geral do Gesel, da UFRJ, o Executivo vem perdendo protagonismo na política energética do país e isso é um problema: “o câncer que a gente tem hoje nas tarifas do setor elétrico do mercado cativo são os subsídios, que é alimentado pelo Congresso Nacional. Em todos os subsídios há ideia de que ele tem alguma função econômica e eventualmente social. Mas no Brasil o pobre que paga tarifa está subsidiando quem tem telhado e dinheiro para instalar um painel fotovoltaico em casa. A chamada geração distribuída está crescendo aceleradamente e já recebe mais subsídio que a tarifa social. No projeto de privatização da Eletrobras, se criou bilhões de subsídios para instalação de termelétricas que são uma energia cara e poluente. Enfiaram uma cesta de jabutis, que significará subsídios de R$ 24 bilhões”. Castro recomenda que o consumidor olhe mais atentamente a sua conta de energia para ver o tamanho do impacto dos subsídios no seu bolso: “ao abrir o que compõe a conta você vai ver que paga uma taxa de transmissão, o que significa que se está investindo para levar energia aos consumidores, num país grande, faz sentido, você paga imposto, tudo bem. Mas quando você entra na conta de subsídio, você leva um susto, é uma metástase, que só cresce. Quando produzimos energia solar, cada megawatt custa cerca de US$ 27, cento e poucos reais, mas o consumidor paga R$ 900 o megawatt, é uma loucura”. Os eventos climáticos extremos que têm levado a frequentes interrupções no fornecimento e a multiplicação de queixas do consumidor – houve uma alta de 40% nas reclamações à Aneel na comparação de 2023 a 2022 – é outro fator que pode vir a pesar nas tarifas: “será exigido das empresas monitorar as condições climáticas, o que é feito muito ainda muito artesanalmente. Será preciso também monitorar a idade, o tamanho e o ciclo de poda da infraestrutura verde. Tudo de forma interligado. A Aneel já lançou um alerta para isso, então, obviamente, não é uma solução de curtíssimo prazo, mas é uma solução. A distribuidora precisará ter uma equipe maior, e isso tem um custo de operação e manutenção”. (GESEL-IE-UFRJ – 24.01.2024) Para ler a matéria na íntegra, clique neste link.

GESEL publica o primeiro observatório de transição energética

GESEL publica o primeiro observatório de transição energética

O GESEL está lançando o relatório Observatório de Transição Energética número um. O observatório de Transição Energética do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (GESEL—UFRJ) busca contribuir sistematizando e divulgando estudos, notícias e fatos mais relevantes do trimestre, identificando as melhores práticas, possíveis lacunas, desafios e perspectivas para a trajetória de uma economia de baixo carbono em âmbito nacional e internacional de forma não exaustiva. Acesse o estudo aqui.

GESEL na mídia: Nivalde de Castro elogia marco para modernização do SEB

GESEL na mídia: Nivalde de Castro elogia marco para modernização do SEB

O decreto recentemente publicado para regulamentar a licitação e prorrogação das concessões de distribuição de energia elétrica, além de introduzir diretrizes para modernização do serviço, recebeu boa receptividade no mercado, apesar de gerar alguma controvérsia. Destaca-se a visão de Nivalde de Castro, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), para quem o decreto representa um marco no aprimoramento do setor elétrico brasileiro, especialmente na distribuição, crucial para a transição energética. Ele enfatiza que o documento impulsiona inovações tecnológicas e novos modelos de mercado, como geração distribuída e mobilidade elétrica, reafirmando a continuidade dos investimentos nesse segmento estratégico da cadeia de valor energética nacional. (GESEL-IE-UFRJ – 24.06.2024) Para ler a matéria na íntegra, clique aqui:

Artigo GESEL: A bolha de subsídios pode estourar o SEB

Artigo GESEL: A bolha de subsídios pode estourar o SEB

Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Nivalde de Castro (professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador geral do GESEL) e Katia Rocha (pesquisadora do Ipea) tratam da posição destacada do Brasil na transição energética global, enfatizando sua terceira colocação em capacidade instalada de fontes renováveis. Apesar das vantagens das renováveis em termos de custo e impactos positivos econômicos, há um desafio crescente no país: o descompasso entre o baixo custo de geração e o alto preço das tarifas elétricas, que são superiores à média mundial e de países similares. Este cenário é impulsionado pela complexa estrutura de subsídios da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), criada para promover o desenvolvimento energético, mas que ao longo dos anos foi distorcida e agora inclui subsídios cruzados que aumentam as tarifas residenciais, impactando negativamente a competitividade e o bem-estar social. (GESEL-IE-UFRJ – 12.07.2024) Para ler o texto na íntegra, clique na aqui:

GESEL na mídia: Transferência dos consumidores para o mercado livre pode pressionar tarifas

GESEL na mídia: Transferência dos consumidores para o mercado livre pode pressionar tarifas

Apesar do Brasil ter um custo de produção de energia entre os mais baixos do mundo, a tarifa paga pelo consumidor vai para o extremo oposto, está entre as mais caras, e este ano, deve subir novamente acima da inflação. E isso deve piorar, com a transferência dos consumidores do mercado cativo de energia para o mercado livre, diz o professor Nivalde de Castro, coordenador geral do Gesel, da UFRJ. “À medida que consumidores saiam do mercado cativo para o livre, a conta de quem fica aumenta. Isto porque, estará sendo dividido o custo fixo por menos pessoas. É um cenário de crise”, explica. Uma saída pode ser dividir os custos do mercado cativo com o livre, explica o professor: “basta você de levar para o mercado livre parte dos encargos. Quando se contrata energia eólica e solar no mercado livre, por exemplo, se paga metade das tarifas de uso da distribuidora e do sistema de transmissão. Por quê se a energia eólica e solar já são tão baratas? Não faz sentido. Então já há um diagnóstico razoável feito, agora falta uma decisão política . O presidente da República, em dezembro, chamou atenção para o fato de que o consumidor residencial já está pagando muito mais caro que as empresas pela energia, então isso parece já estar no radar do governo”. (GESEL-IE-UFRJ – 24.01.2024) Para ler a matéria na íntegra, clique aqui:

A bolha dos subsídios pode estourar o setor elétrico brasileiro

A bolha dos subsídios pode estourar o setor elétrico brasileiro

Nivalde de Castro1 Katia Rocha2 O Brasil é um país continental e tropical, qualificando-se como protagonista nopanorama mundial da transição energética. Dentre os diversos atributos quesinalizam as vantagens comparativas brasileiras, pode-se destacar a terceiraposição em capacidade instalada de fontes renováveis (160 GW), ficando atrásapenas da China e dos Estados Unidos, segundo dados recentes da Empresa dePesquisa Estratégica (EPE). Se comparadas às energias fósseis, mais caras e poluentes, as fontes renováveisde nossa matriz elétrica possuem baixo custo e diversas externalidadeseconômicas positivas, seja para contribuir com as metas de transição energéticamundial, na exportação de derivados de hidrogênio de baixo carbono, seja,principalmente, como fonte de desenvolvimento econômico e social, a partir dodesenho da nova política de industrialização do país, ainda em fase de gestaçãointerministerial. Nessa nova dinâmica virtuosa, o custo do insumo energia elétrica é defundamental importância, por ter uma participação crescente em todas ascadeias de valor, afetando assim todas as classes de consumidores, doresidencial ao industrial, impactando a nossa competitividade e bem-estarsocial. Um ponto que chama cada vez mais a atenção dos especialistas e analistas datransição energética brasileira é o descolamento crescente entre o baixo custo dageração renovável e o preço final determinado pelas tarifas de energia elétrica.As tarifas no Brasil se situam acima da média mundial, sendo altas para umpaís de renda média como o nosso. Artigo publicado em Valor Econômico. Disponível em:https://valor.globo.com/opiniao/coluna/a-bolha-dos-subsidios-pode-estourar-o-setor-eletricobrasileiro.ghtml Acessado em 04.09.2024 1 Professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador-geral do Grupo de Estudos do Setor Elétrico(Gesel-UFRJ). 2 Pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os gráficos abaixo ilustram essa realidade para o consumidor residencial,observando-se que as tarifas praticadas no Brasil se revelam mais altas do que amédia mundial e nossos pares latinos. Figura 1 – Tarifa Residencial Energia Elétrica (USD/kWh) A análise do peso do componente eletricidade no orçamento do brasileirodemonstra um cenário é ainda mais revelador e preocupante. O peso da energiaelétrica na renda do brasileiro equivale a cerca de 5%¹, o que leva o país parapatamares superiores à média mundial de 4% e a diversos países desenvolvidosda Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),como Estados Unidos, Canadá, Espanha, França, Portugal, etc., conformeatestam os dados do gráfico abaixo. Figura 2 – Peso da Energia Elétrica na Renda per capta Dentre as causas apontadas para esse descolamento, um consenso recai sobre aquantidade e diversidade dos subsídios que são pagos pela Conta deDesenvolvimento Energético (CDE), fundo setorial, criado em 2002, destinado àpromoção do desenvolvimento energético do Brasil, de acordo com políticasdefinidas pelo Ministério de Minas e Energia (MME) de então, e que foi sendodesvirtuado ao longo dos anos em especial a partir de 2017. Dentre os subsídios,se destacam a promoção da competitividade de fontes alternativas, auniversalização do serviço de fornecimento de energia elétrica a todos osconsumidores no território nacional e a tarifa social para os consumidoresresidenciais de baixa renda. No entanto, fatores importantes para a efetividade de políticas públicas nãoforam observados para a determinação e manutenção dos subsídios na CDE,como a ausência de indicadores quantitativos para o seu acompanhamento e arespectiva avaliação dos resultados. Observa-se que os subsídios são um objeto de análise importante na teoriaeconômica para designar formas de apoio financeiro ao fomento de políticaspúblicas que visem reduzir o preço ao consumidor ou o custo do produtor.Assim, os subsídios podem ser públicos, logo financiados por toda a sociedadeatravés de recursos públicos que passam pelo orçamento da União, ouprivados, conhecidos como subsídios cruzados, que são financiados por outrosconsumidores que não aqueles beneficiados pelo programa de incentivo Há registro de diversos subsídios cruzados em vários países, em especialvoltados a classes de consumidores vulneráveis. Deste modo, sua função éapoiar o poder público na promoção da redistribuição dos recursos e bem-estarde um grupo de consumidores. No setor elétrico, é usual que ocorra uma mescla de subsídios cruzados epúblicos para financiar benefícios, mas cabe ressaltar que, no caso do SEB, ossubsídios são na sua grande maioria cruzados, ou seja, financiados pelospróprios consumidores, sem a participação dos recursos financeiros da União. As vantagens do subsídio público são a maior transparência, maiorespossibilidades para financiamento e o potencial de aplicar progressividade natributação, buscando aqueles contribuintes com maior renda, riqueza ou capacidade de pagamento, além de passar pelo ciclo de empenho, liquidação e pagamento, sujeito à disponibilidade orçamentária da União. O subsídio cruzado possui pouca transparência e maior regressividade, além deonerar um insumo específico, a energia elétrica, concentrando o ônus dofinanciamento sobre determinadas atividades mais intensivas no uso deenergia, com efeitos sobre toda a economia. De forma breve, as justificativas para a aplicação de subsídios se concentram nacorreção de imperfeições, como falhas de mercado, a exemplo dasexternalidades ambientais não precificadas de captura de CO2, na aceleração deprogramas voltados a indústrias nascentes ou novas tecnologias e napriorização de políticas sociais, incluindo a proteção de consumidoresvulneráveis. Na visão das melhores práticas internacionais analisadas pela OCDE, ossubsídios devem (i) estar sujeitos a testes que assegurem que a intervenção énecessária, (ii) estar de acordo com os objetivos da política pública e (iii)representar a melhor forma de intervenção estatal. Portanto, o Estado, aoconceder um subsídio, deveria apresentar à sociedade um estudo do tipoAvaliação de Impacto Regulatório, demonstrando a importância da intervenção,seus custos, os efeitos distributivos (quem ganha e quem perde) e a inexistênciade alternativa menos onerosa, além de avaliações periódicas da efetividade dareferida política. Nota-se que a perpetuação dos subsídios pode gerar interpretações de que apolítica de apoio estatal fracassou e que recursos públicos ou privados foramdesperdiçados, uma vez que devem viabilizar que, no futuro, a atividadeperdure sem a proteção inicialmente concedida, tais como restrições à entradade novas firmas, tarifas de importação, recursos orçamentários ou subsídioscruzados. O mal desenho das políticas de subsídios é a causa dos movimentosdos agentes pela manutenção dos privilégios (rent seeking) e da cultura dosubsidio como um direito. É necessário sublinhar o consenso no sentido de que as políticas de apoio àsindústrias nascentes devem ter prazos e metas definidos e ocorrer apenas nosprimórdios do crescimento do setor, sendo, portanto, temporárias e utilizadascom rigor e parcimônia. Destaca-se que a medida de proteção só gerarábenefícios para a sociedade se tornar o setor competitivo.

PDI ANEEL com participação do GESEL

PDI ANEEL com participação do GESEL

Inteligência Artificial e Ciência de Dados Aplicados em PDI: ‘Ciência de Dados e Sistemas Inteligentes para propor e quantificar novos Desenhos de Mercado com seus rebatimentos nos stakeholders do Setor Elétrico’, projeto desenvolvido em parceria entre a Volt Robotics, o GESEL – Grupo de Estudos do Setor Elétrico – UFRJ e a AES Brasil. Na última semana, as equipes das 3 instituições se reuniram em São Paulo para avaliar e direcionar esforços a serem realizados ao longo do PDI ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica de forma a se avaliar desenhos de mercado que melhor se adequem às novas realidades do Setor Elétrico Brasileiro. O projeto busca a construção de um ambiente colaborativo e conciliador em nível setorial para avaliação e discussão da evolução do quadro legislativo e regulatório de forma a garantir o equilíbrio econômico-financeiro dos agentes de geração, além de mensurar os rebatimentos desta evolução no setor elétrico em geral. O PDI terá uma série de ações de comunicação e divulgação de resultados com os demais agentes do Setor Elétrico, então, fiquem atentos aos nossos próximos passos!

Os desafios e oportunidades da GD social no Brasil

Os desafios e oportunidades da GD social no Brasil

Nivalde de Castro 1 Rubens Rosental 2 As mudanças climáticas estão desempenhando um papel fundamental,irreversível e indutor no processo global de transição energética. Os impactos doseventos climáticos extremos estão se tornando cada vez mais frequentes e graves,como tempestades mais intensas, secas prolongadas, ondas de calor e elevaçãodo nível do mar. Esses eventos estão impondo graves consequências para ascomunidades, economias e ecossistemas em todo o mundo, aumentando aurgência de reduzir as emissões de gases de efeito estufa para mitigar os impactosdo aquecimento global. As situações de emergência climática com riscos crescentes, sendo o trágicoexemplo do Rio Grande do Sul um sinal dos novos tempos, tendem a aumentara conscientização popular, gerando uma pressão crescente para que o poderpúblico e a iniciativa privada tomem medidas para combatê-las. Neste sentido,movimentos populares, como os protestos dos jovens pelo clima e as campanhasde ativismo ambiental, têm ampliado o apoio público às ações que promovam atransição para fontes de energia mais limpas e renováveis. Nesta direção, os avanços tecnológicos referentes às fontes renováveis, comoenergia solar e eólica, armazenamento de energia e eletrificação dos transportes,estão transformando-as gradativamente em opções mais acessíveis ecompetitivas em comparação com as fontes de energia tradicionais, comopetróleo, carvão e gás natural. Assim, a redução dos custos da energia renovávelestá acelerando a transição energética, tornando-a economicamente viável. Nestecenário, a China se destaca como um polo tecnológico dinâmico, tendo em vistaa sua dimensão econômica e os maiores desafios globais de descarbonização. Artigo publicado no Broadcast Energia. Disponível em:https://energia.aebroadcast.com.br/tabs/news/747/48622769. Acesso em: 31 de mai. 2024. 1 Professor do Instituto de Economia da UFRJ e Coordenador do Grupo de Estudos do SetorElétrico (GESEL-UFRJ). 2 Pesquisador Sênior do GESEL-UFRJ. Nota-se que diversos países estão implementando políticas e ações para reduziras emissões de gases de efeito estufa e promover a adoção de energias renováveis.Essas medidas incluem fortes subsídios, incentivos fiscais para energia limpa,metas de energia renovável, padrões de eficiência energética e precificação decarbono. Deste modo, as políticas públicas estão desempenhando um papelcrucial e estratégico na aceleração da transição energética, tendo em vista queimpõem necessidades e abrem oportunidades de novos investimentos emenergia limpa. No Brasil, como foco deste pequeno e objetivo artigo, destaca-se neste contextotecnológico o crescimento exponencial da micro e minigeração distribuída(MMGD). No período entre 2017 e 2022, esta tecnologia teve expansão superior a17 GW de capacidade instalada de geração, superando 1,6 milhão de sistemassolares fotovoltaicos conectados à rede de distribuição, associados a mais de 2milhões de unidades consumidoras. Esse crescimento expressivo foi impulsionado por política governamental,iniciada em 2012 com regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica(Aneel), que estabeleceu regras para a conexão desses sistemas à rede elétrica,com fortes subsídios de não pagamento da Tarifa de Uso do Sistema Distribuição(Tusd). A queda nos preços dos painéis solares também desempenhou um papelfundamental desta expansão, tornando a geração solar distribuída uma opçãoacessível e economicamente muito vantajosa para residências e empresas. No entanto, há uma possibilidade importante de crescimento da GD associadaao conceito de “transição justa”, ainda muito pouco explorada no Brasil. Aexpansão dos sistemas de MMGD se dá em segmentos sociais com poderaquisitivo com condições de arcar com os investimentos e se beneficiar de tarifasbem menores. No entanto, as classes sociais menos favorecidas não conseguemter acesso a estes benefícios, daí deriva a proposta de projetos de GD Social. Paratanto, é necessário o desenvolvimento de políticas públicas com o objetivo gerale direto de reduzir o custo de energia elétrica para este segmento, em paralelo àdescarbonização. No Brasil, ainda existem muitas comunidades, especialmente em áreas rurais eremotas, que não possuem um acesso confiável à eletricidade. Assim, projetos deGD Social podem ser uma alternativa eficaz para essas áreas, permitindo quecomunidades isoladas gerem sua própria energia a partir de fontes renováveis,principalmente solar e biomassa. Essa solução não apenas melhoraria aqualidade de vida dessas comunidades, fornecendo eletricidade com qualidadepara iluminação, comunicação e desenvolvimento econômico, contribuindo deforma direta para a inclusão social e a redução da desigualdade. A GD Socialpoderia, também, promover o empoderamento dessas comunidades,possibilitando que participem ativamente da transição energética. Neste sentido, cooperativas energéticas e iniciativas de energia comunitáriacapacitam os membros da comunidade a se tornarem produtores de energia, emvez de apenas consumidores passivos. Isso fortaleceria os laços comunitários e,ainda, geraria benefícios econômicos locais, uma vez que os lucros da geração deenergia seriam reinvestidos na própria comunidade. Além disso, podem criaroportunidades de empregos, desde a instalação de equipamentos de geração deenergia renovável até a operação e manutenção de sistemas locais. Portanto, háuma ampla gama de oportunidades nesta cadeia de valor associada à projetos deGD social. Desta forma, há um potencial de projetos direcionado para as famíliasmais carentes que permitem, simultaneamente, combater a pobreza energética econtribuir para o processo de descarbonização, em suma da transição energéticajusta. Destacam-se, a título de exemplo, dois singulares projetos em andamento quepodem servir de modelo de transição justa com base no protagonismo dascomunidades vulneráveis. O primeiro é a ONG Gerando Falcões, um projeto,atualmente em fase piloto, que vem desenvolvendo tecnologias sociaisinovadoras e replicáveis, com o objetivo de transformar as favelas em ambientesdigitais, dignos e desenvolvidos. A atuação da ONG é multidimensional e emrede, com forte protagonismo das lideranças e comunidades dos territórios,contando com a participação da iniciativa privada e do poder público. O segundo é uma cooperativa solar que está promovendo a sustentabilidadeeconômica e ambiental através da redução de custos de energia para 49 famíliasnas favelas da Babilônia e do Chapéu Mangueira, no Rio de Janeiro. A iniciativaé liderada pela ONG Revolusolar. Ambos os projetos não apenas diminuem oscustos associados ao consumo de eletricidade, mas também criam empregos,formando mão de obra local para atuar como técnicos de instalação e manutençãode painéis solares. Nestes termos, a superação da pobreza energética no Brasil é uma meta tangívelque exige uma participação ativa de todos os segmentos da sociedade. O avançode inovações tecnológicas já aponta para um horizonte promissor, no qual aenergia limpa é barata e abundante. É, contudo, imperativo que o poder público,em sinergia com a sociedade civil e a iniciativa privada, proponha e fortaleçapolíticas que enderecem tanto a urgência de medidas de sustentabilidadeeconômica e social, capaz de reduzir as tarifas de energia elétrica.