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Artigo GESEL: “Mais subsídios às renováveis, na contramão da modicidade tarifária”

Artigo GESEL: “Mais subsídios às renováveis, na contramão da modicidade tarifária”

No artigo “Mais Subsídios às Renováveis, na Contramão da Modicidade Tarifária”, publicado pelo Broadcast Energia, Nivalde de Castro (professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador geral do GESEL), em coautoria com Katia Rocha e Maria Bernadete Sarmiento Gutierrez (pesquisadoras do IPEA), destaca a preocupação quanto à relação conflituosa entre o aumento dos subsídios e o princípio da modicidade tarifária no Setor Elétrico Brasileiro (SEB). Este artigo, fundamentado na experiência internacional, aponta para uma crescente distância do SEB em relação aos objetivos internacionais, como a segurança energética, a modicidade tarifária e a sustentabilidade ambiental. O foco principal da análise recai sobre a Medida Provisória no 1.212/2024 (MP 1.212), que propõe a prorrogação de subsídios para energias renováveis, particularmente por meio de descontos na Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (Tust) e na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (Tusd). Os autores questionam a necessidade desses subsídios diante do cenário de excesso de geração de energia renovável projetado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Ao final, concluem que a MP 1.212 vai de encontro à agenda positiva internacional e enfatizam o paradoxo entre uma matriz elétrica renovável competitiva e as tarifas elevadas. O texto contribui para a reflexão sobre as políticas energéticas brasileiras, ressaltando a importância de buscar o equilíbrio entre subsídios e modicidade tarifária para o desenvolvimento sustentável do setor elétrico.  Para ler o texto na íntegra, clique na imagem abaixo:

GESEL publica o TDSE 127: “A Agenda para a Liberalização do Mercado de Energia Elétrica no Brasil: Convergências e Divergências às Melhores Práticas Internacionais”

GESEL publica o TDSE 127: “A Agenda para a Liberalização do Mercado de Energia Elétrica no Brasil: Convergências e Divergências às Melhores Práticas Internacionais”

O GESEL está publicando o Texto de Discussão do Setor Elétrico (TDSE) Nº 127, intitulado “A Agenda para a Liberalização do Mercado de Energia Elétrica no Brasil: Convergências e Divergências às Melhores Práticas Internacionais”, de autoria de Katia Rocha (IPEA), Maria Bernadete Gutierrez (IPEA), Thereza Aquino (GESEL) e Nivalde de Castro (GESEL). O texto objetiva fornecer uma base empírica sólida que possa subsidiar o aprimoramento e a identificação de aspectos essenciais para a agenda de modernização do setor elétrico brasileiro, em especial o aperfeiçoamento do desenho do mercado elétrico brasileiro. O foco principal é a liberalização da comercialização de energia elétrica para todos os consumidores, em especial aqueles mais atrasados neste processo, que são os das classes de baixa tensão. Para ler o estudo na íntegra, clique na imagem abaixo:

A bolha dos subsídios pode estourar o setor elétrico brasileiro

A bolha dos subsídios pode estourar o setor elétrico brasileiro

Nivalde de Castro1 Katia Rocha2 O Brasil é um país continental e tropical, qualificando-se como protagonista nopanorama mundial da transição energética. Dentre os diversos atributos quesinalizam as vantagens comparativas brasileiras, pode-se destacar a terceiraposição em capacidade instalada de fontes renováveis (160 GW), ficando atrásapenas da China e dos Estados Unidos, segundo dados recentes da Empresa dePesquisa Estratégica (EPE). Se comparadas às energias fósseis, mais caras e poluentes, as fontes renováveisde nossa matriz elétrica possuem baixo custo e diversas externalidadeseconômicas positivas, seja para contribuir com as metas de transição energéticamundial, na exportação de derivados de hidrogênio de baixo carbono, seja,principalmente, como fonte de desenvolvimento econômico e social, a partir dodesenho da nova política de industrialização do país, ainda em fase de gestaçãointerministerial. Nessa nova dinâmica virtuosa, o custo do insumo energia elétrica é defundamental importância, por ter uma participação crescente em todas ascadeias de valor, afetando assim todas as classes de consumidores, doresidencial ao industrial, impactando a nossa competitividade e bem-estarsocial. Um ponto que chama cada vez mais a atenção dos especialistas e analistas datransição energética brasileira é o descolamento crescente entre o baixo custo dageração renovável e o preço final determinado pelas tarifas de energia elétrica.As tarifas no Brasil se situam acima da média mundial, sendo altas para umpaís de renda média como o nosso. Artigo publicado em Valor Econômico. Disponível em:https://valor.globo.com/opiniao/coluna/a-bolha-dos-subsidios-pode-estourar-o-setor-eletricobrasileiro.ghtml Acessado em 04.09.2024 1 Professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador-geral do Grupo de Estudos do Setor Elétrico(Gesel-UFRJ). 2 Pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os gráficos abaixo ilustram essa realidade para o consumidor residencial,observando-se que as tarifas praticadas no Brasil se revelam mais altas do que amédia mundial e nossos pares latinos. Figura 1 – Tarifa Residencial Energia Elétrica (USD/kWh) A análise do peso do componente eletricidade no orçamento do brasileirodemonstra um cenário é ainda mais revelador e preocupante. O peso da energiaelétrica na renda do brasileiro equivale a cerca de 5%¹, o que leva o país parapatamares superiores à média mundial de 4% e a diversos países desenvolvidosda Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),como Estados Unidos, Canadá, Espanha, França, Portugal, etc., conformeatestam os dados do gráfico abaixo. Figura 2 – Peso da Energia Elétrica na Renda per capta Dentre as causas apontadas para esse descolamento, um consenso recai sobre aquantidade e diversidade dos subsídios que são pagos pela Conta deDesenvolvimento Energético (CDE), fundo setorial, criado em 2002, destinado àpromoção do desenvolvimento energético do Brasil, de acordo com políticasdefinidas pelo Ministério de Minas e Energia (MME) de então, e que foi sendodesvirtuado ao longo dos anos em especial a partir de 2017. Dentre os subsídios,se destacam a promoção da competitividade de fontes alternativas, auniversalização do serviço de fornecimento de energia elétrica a todos osconsumidores no território nacional e a tarifa social para os consumidoresresidenciais de baixa renda. No entanto, fatores importantes para a efetividade de políticas públicas nãoforam observados para a determinação e manutenção dos subsídios na CDE,como a ausência de indicadores quantitativos para o seu acompanhamento e arespectiva avaliação dos resultados. Observa-se que os subsídios são um objeto de análise importante na teoriaeconômica para designar formas de apoio financeiro ao fomento de políticaspúblicas que visem reduzir o preço ao consumidor ou o custo do produtor.Assim, os subsídios podem ser públicos, logo financiados por toda a sociedadeatravés de recursos públicos que passam pelo orçamento da União, ouprivados, conhecidos como subsídios cruzados, que são financiados por outrosconsumidores que não aqueles beneficiados pelo programa de incentivo Há registro de diversos subsídios cruzados em vários países, em especialvoltados a classes de consumidores vulneráveis. Deste modo, sua função éapoiar o poder público na promoção da redistribuição dos recursos e bem-estarde um grupo de consumidores. No setor elétrico, é usual que ocorra uma mescla de subsídios cruzados epúblicos para financiar benefícios, mas cabe ressaltar que, no caso do SEB, ossubsídios são na sua grande maioria cruzados, ou seja, financiados pelospróprios consumidores, sem a participação dos recursos financeiros da União. As vantagens do subsídio público são a maior transparência, maiorespossibilidades para financiamento e o potencial de aplicar progressividade natributação, buscando aqueles contribuintes com maior renda, riqueza ou capacidade de pagamento, além de passar pelo ciclo de empenho, liquidação e pagamento, sujeito à disponibilidade orçamentária da União. O subsídio cruzado possui pouca transparência e maior regressividade, além deonerar um insumo específico, a energia elétrica, concentrando o ônus dofinanciamento sobre determinadas atividades mais intensivas no uso deenergia, com efeitos sobre toda a economia. De forma breve, as justificativas para a aplicação de subsídios se concentram nacorreção de imperfeições, como falhas de mercado, a exemplo dasexternalidades ambientais não precificadas de captura de CO2, na aceleração deprogramas voltados a indústrias nascentes ou novas tecnologias e napriorização de políticas sociais, incluindo a proteção de consumidoresvulneráveis. Na visão das melhores práticas internacionais analisadas pela OCDE, ossubsídios devem (i) estar sujeitos a testes que assegurem que a intervenção énecessária, (ii) estar de acordo com os objetivos da política pública e (iii)representar a melhor forma de intervenção estatal. Portanto, o Estado, aoconceder um subsídio, deveria apresentar à sociedade um estudo do tipoAvaliação de Impacto Regulatório, demonstrando a importância da intervenção,seus custos, os efeitos distributivos (quem ganha e quem perde) e a inexistênciade alternativa menos onerosa, além de avaliações periódicas da efetividade dareferida política. Nota-se que a perpetuação dos subsídios pode gerar interpretações de que apolítica de apoio estatal fracassou e que recursos públicos ou privados foramdesperdiçados, uma vez que devem viabilizar que, no futuro, a atividadeperdure sem a proteção inicialmente concedida, tais como restrições à entradade novas firmas, tarifas de importação, recursos orçamentários ou subsídioscruzados. O mal desenho das políticas de subsídios é a causa dos movimentosdos agentes pela manutenção dos privilégios (rent seeking) e da cultura dosubsidio como um direito. É necessário sublinhar o consenso no sentido de que as políticas de apoio àsindústrias nascentes devem ter prazos e metas definidos e ocorrer apenas nosprimórdios do crescimento do setor, sendo, portanto, temporárias e utilizadascom rigor e parcimônia. Destaca-se que a medida de proteção só gerarábenefícios para a sociedade se tornar o setor competitivo.

Artigo GESEL: A bolha de subsídios pode estourar o SEB

Artigo GESEL: A bolha de subsídios pode estourar o SEB

Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Nivalde de Castro (professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador geral do GESEL) e Katia Rocha (pesquisadora do Ipea) tratam da posição destacada do Brasil na transição energética global, enfatizando sua terceira colocação em capacidade instalada de fontes renováveis. Apesar das vantagens das renováveis em termos de custo e impactos positivos econômicos, há um desafio crescente no país: o descompasso entre o baixo custo de geração e o alto preço das tarifas elétricas, que são superiores à média mundial e de países similares. Este cenário é impulsionado pela complexa estrutura de subsídios da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), criada para promover o desenvolvimento energético, mas que ao longo dos anos foi distorcida e agora inclui subsídios cruzados que aumentam as tarifas residenciais, impactando negativamente a competitividade e o bem-estar social. (GESEL-IE-UFRJ – 12.07.2024) Para ler o texto na íntegra, clique na aqui:

GESEL publica o primeiro observatório de transição energética

GESEL publica o primeiro observatório de transição energética

O GESEL está lançando o relatório Observatório de Transição Energética número um. O observatório de Transição Energética do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (GESEL—UFRJ) busca contribuir sistematizando e divulgando estudos, notícias e fatos mais relevantes do trimestre, identificando as melhores práticas, possíveis lacunas, desafios e perspectivas para a trajetória de uma economia de baixo carbono em âmbito nacional e internacional de forma não exaustiva. Acesse o estudo aqui.

Artigo GESEL: “O Programa de P&D como indutor tecnológico do Setor Elétrico Brasileiro”

Artigo GESEL: “O Programa de P&D como indutor tecnológico do Setor Elétrico Brasileiro”

Em artigo publicado pelo Broadcast Energia, intitulado “O programa de P&D como indutor tecnológico do Setor Brasileiro”, Nivalde de Castro (professor no Instituto de Economia da UFRJ e coordenador do GESEL), Marcelo Maestrini (doutorando do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal Fluminense (PPGE/UFF)) e Renata Lèbre La Rovere (professora do Instituto de Economia da UFRJ e pesquisadora associada do GESEL) discutem o Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PROPDI) como um indutor tecnológico no Setor Elétrico Brasileiro (SEB) diante dos desafios da transição energética. O programa foi criado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) como forma de incentivar inovações tecnológicas e promover a substituição dos combustíveis fósseis. O PROPDI introduz mudanças significativas, como a adoção de uma nova metodologia de avaliação que enfoca o portfólio de projetos das empresas e a criação de indicadores para medir o desempenho. Além disso, o programa enfatiza o desenvolvimento de tecnologias maduras e estabelece a meta de 1% de retorno financeiro sobre os investimentos. As empresas do setor elétrico enfrentam o desafio de gerenciar essas mudanças, implementar processos de inovação e formar equipes multidisciplinares. Acesse: https://gesel.ie.ufrj.br/wp-content/uploads/2023/07/Castro_2023_07_10.pdf (GESEL-IE-UFRJ – 10.07.2023)

Organizações pedem anulação de audiências públicas de nova hidrelétrica na Amazônia

Organizações pedem anulação de audiências públicas de nova hidrelétrica na Amazônia

Mais de 40 representantes de movimentos sociais e outras organizações da sociedade civil assinaram uma carta contra irregularidades cometidas no processo de licenciamento ambiental da hidrelétrica Tabajara. Maior projeto do setor previsto pelo governo Jair Bolsonaro, essa usina inundaria uma área superior a 100 quilômetros quadrados na fronteira de Rondônia com o Amazonas. As organizações pedem que o Ibama cancele as audiências públicas sobre o projeto previstas para esta semana, nos dias 6 e 7 de abril. O argumento é que o empreendimento viola a legislação ambiental e os direitos dos povos indígenas e de outras populações tradicionais da região. De acordo com os signatários do documento, a usina não teria viabilidade econômica, social e ambiental, além de ignorar a legislação sobre consulta às comunidades afetadas no processo de licenciamento ambiental. “Com a UHE Tabajara, repete-se um cenário de atropelos dos últimos anos em processos de licenciamento de empreendimentos hidrelétricos na Amazônia, como Santo Antônio, Jirau, e Belo Monte, com graves prejuízos a populações atingidas e ao meio ambiente, comprometendo oportunidades na região para um desenvolvimento com justiça social e sustentabilidade ambiental e econômica”, diz o texto. (BroadCast Energia – 04.04.2022)

EUA: Southwest Power Pool é a 1° organização a atender mais de 90% das demandas com energia renovável

EUA: Southwest Power Pool é a 1° organização a atender mais de 90% das demandas com energia renovável

Novos recordes de produção e penetração de energia renovável foram estabelecidos esta semana pela Southwest Power Pool (SPP), que atendeu 90,2% das demandas de eletricidade de seu território de 14 estados com fontes renováveis. Foi a primeira vez que uma organização regional de transmissão ultrapassou a marca de 90% com renováveis e superou o recorde do ano passado de 87,5%. A maior parte desse registro veio de fontes eólicas, com 88,5% de penetração do vento. “Em uma década, nossa região passou de pensar em níveis de penetração de energia renovável de 25% como quase inalcançáveis a um ponto em que regularmente excedemos 75% sem preocupações de confiabilidade”, disse Bruce Rew, vice-presidente sênior de operações da SPP. “Somos capazes de gerenciar a geração eólica de forma mais eficaz do que outros sistemas menores, porque temos um enorme conjunto de recursos para extrair.” Além disso, a SPP hospeda mais de 66 GW de energias renováveis em sua fila de interconexão de geradores, esperando para serem conectadas à rede elétrica. (Daily Energy Insider – 31.03.2022)

MISO encontra benefícios para a construção de projetos de transmissão apoiadores de energia limpa

MISO encontra benefícios para a construção de projetos de transmissão apoiadores de energia limpa

A Midcontinent Independent System Operator (MISO) está avançando por meio de seu processo de partes interessadas em um conjunto de linhas de transmissão de US$ 10,4 bilhões que poderia suportar cerca de 53 GW de projetos de baterias eólicas, solares, híbridas e autônomas. Os projetos de transmissão forneceriam US$ 37 bilhões em benefícios em toda a pegada norte da MISO ao longo de 20 anos, de acordo com uma apresentação que a equipe do operador da rede fez na semana passada. Os benefícios dos projetos de transmissão, programados para serem votados pelo conselho da MISO no final de julho, superam os custos em cada uma das sete zonas de transmissão do operador da rede na região. A Clean Grid Alliance, um grupo comercial para desenvolvedores de energia renovável, apoia as linhas de transmissão propostas pela MISO. “Achamos que eles são extremamente necessários para oferecer suporte à confiabilidade à medida que as concessionárias na pegada da MISO avançam para recursos mais limpos”, disse Natalie McIntire, consultora técnica e de políticas da CGA, na quarta-feira, acrescentando que eles são “o primeiro passo” em um esperado construção de transmissão na região do operador da rede. (Utility Dive – 07.04.2022)